Terra de
ninguém
Por Luiz Maia
Sem dúvida alguma os atos de vandalismo na madrugada de 18 de julho de 2013 no Leblon são uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Deve-se dizer que a destruição ocorrida não tem a ver com o movimento encampado pelas pessoas que protestavam ordeiramente. Absolutamente nada, ao contrário do que deram a entender as reportagens de uma determinada emissora de TV que, mais uma vez, tentou associar a desordem cometida pelos arruaceiros aos protestos pacíficos da população insatisfeita com o governo. O que houve foi a inoperância do Estado para conter o quebra-quebra de prédios públicos e lojas comerciais. Neste caso o vandalismo teve o consentimento explícito do poder público. Todos viram que, durante mais de duas horas, policiais militares e civis cruzaram os braços enquanto bandidos encapuzados destruíam tudo que encontravam pela frente. A omissão policial veio demonstrar a falta de pulso forte por parte daqueles que deveriam proteger o cidadão e o bem público. Sabemos que numa democracia funciona o império da Lei; jamais o reino da desordem como nos fez parecer.
As
pessoas protestam contra governos medíocres e um Congresso desmoralizado.
Impressionam-me o cinismo e a desfaçatez da maioria de parlamentares com assento
no Congresso Nacional, que manchou a credibilidade daquela Casa, não havendo,
portanto, a menor condição de votar projetos. Os políticos, por sua vez, já
esqueceram as cobranças que estavam na boca do cidadão nos recentes protestos
que sacudiram o país. Os anseios da população ainda não foram por eles
compreendidos. O povo cansou de ver gestões marcadas pela corrupção e pela
incompetência administrativa. Ao governo caberia compreender tão somente que a
sociedade não aceita mais este modelo corrupto de se fazer política no Brasil. É
preciso mudar tudo.
A
nação brasileira resolveu acordar. O recado passado pelas manifestações
deixou bem claro que hoje as pessoas não dependem mais das entidades para
extravasar seu descontentamento com eventuais descaminhos das autoridades
constituídas. Pelo menos é isto que supomos. O destino da população não está
mais condicionado a partidos políticos, centrais sindicais nem associações de
bairro. A esperança do brasileiro encontra-se agora erguida em suas mãos. O
povo começa a reescrever sua história através das redes
sociais. Isto é ponto pacífico. Um caminho sem volta. Ao povo caberá
doravante a última palavra.
Luiz Maia
Literatura & Opinião! (site pessoal)
http://www.luizmaia.blog.br/
É Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.
"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."
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