domingo, 25 de maio de 2014


Um dia de horror na Terra do Frevo
Por Luiz Maia

"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."

O Brasil voltou ao estágio de barbárie antes mesmo de conhecer a civilização. O fato é que estamos condenados à civilização. Ou progredimos ou desaparecemos. A quinta-feira 15 de maio de 2014 ficará marcada para sempre como o dia em que eu tive vergonha de ser brasileiro. Vergonha de saber que estamos rodeados de canalhas. Pelo visto não é só em Brasília que existem ladrões, bandidos e/ou picaretas. Eles estão espalhados nas esquinas, como se fossem ratos famintos, na espreita para dar o bote e devorar o inimigo. Mas neste caso o inimigo é o próprio homem, o seu semelhante indefeso. Eles não estão atrás do que comer, claro que não! O bando de bárbaros tem interesse em depredar tudo aquilo que possa encontrar pela frente: roubam, matam, destroem a esperança e a ilusão de que temos ordem e progresso no pavilhão do Brasil. Essa geração de bárbaros muito em breve vai nos proibir de sair de nossas casas. Cobrarão pedágios para nos permitir ir ao trabalho, para levar nosso filho ao colégio ou comprar um simples pão na padaria da esquina. E assim seguiremos o nosso caminho, imaginando respirar um pouco de paz, abraçados à certeza de uma insegurança atroz.

Minha preocupação traduz a realidade de um País que tem nas raízes da corrupção e do atraso seus maiores legados. Eu não gostaria de me desgastar com a desfaçatez daqueles que, revestidos de cargos públicos, traem a confiança que fora depositada pela população que os elegeu, apropriam-se cinicamente dos recursos públicos em vez de planejar o Brasil para as futuras gerações; dado que a nossa já está condenada ao insucesso total. Não vejo ninguém demonstrar decência ou competência para assumir uma gestão honrada à frente dos destinos do País. Alguém preocupado com as demandas de um Brasil carente de políticas públicas que possibilitassem amenizar um déficit vergonhoso relativo ao péssimo padrão de qualidade na prestação dos serviços públicos. Algo que alavancasse nossa baixa auto-estima, com o intuito de melhorar significativamente o nível de vida de seus habitantes.

Sempre ouvi dizer que o Brasil é o País do futuro. Dizem que nossa democracia é nova e que o País ainda engatinha na forma de se conduzir pelos caminhos do regime democrático. Por esta razão há muita coisa errada que no futuro será enfim corrigida. Como se nada mais bastasse, os entendidos em política partidária costumam insistir que o povo e o País precisam aprender com os nossos próprios erros. Não raras vezes, sem aparentar nenhum constrangimento ou inibição ao traduzir seus sentimentos, eles nos sugerem que tenhamos calma que um dia o Brasil se constituirá numa grande Nação. Somente assim veremos finalmente o dia no qual o Brasil será reconhecido como uma grande potência mundial. Enquanto este dia não chega, sigamos teimando em sobreviver!

Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.