terça-feira, 27 de agosto de 2013

O País fora dos trilhos

 Por Luiz Maia

Um bando de marginais ateou fogo em um ônibus, saqueou lojas, depredou equipamentos públicos numa tarde/noite no centro do Recife. Aquilo que parecia um simples protesto virou um inferno nas ruas da cidade. Noticiou-se que havia bandidos sulistas infiltrados, devido ao sotaque de um deles que ofereceu R$ 150,00 para os idiotas saírem quebrando tudo pela frente. Chamam a isso de "vandalismo" quando, a bem da verdade, quem comete esse crime é um bandido que se apóia na conivência das autoridades. O Estado brasileiro é fraco, corrupto e pusilânime. Saudade do tempo em que havia respeito no país com o Exército impondo ordem nas ruas.

Certa vez, preocupado com o julgamento do "mensalão", o ministro da Justiça alegou publicamente que o sistema penitenciário brasileiro faliu. Mas foi omisso em relação a criminosos irrecuperáveis que não respeitam a vida humana, sendo premiados com a indiferença do poder público. A estupidez da violência, que se espalha pelo Brasil, é fruto da falta de leis duras. Até a pena capital já existe da parte do bandido para o homem de bem. Entre nós, ao que parece, as pessoas só se interessam em ver futebol, novelas ou, quando muito, participam de passeatas evangélicas, parada gay ou marcha da maconha. Os recentes protestos no Brasil, na prática, não surtiram o efeito desejado.

Para alegria de marqueteiros, a presidente Dilma sancionou o "Estatuto da Juventude", mas esqueceu de dizer ao seu público que, ao final de tudo, o povo vai pagar a conta desse projeto inócuo pelo fato de ignorar a realidade do solo em que pisa. No país em que o Congresso Nacional custa ao contribuinte R$ 23 milhões de reais por dia, o dinheiro usado para praticar essas caridades desconexas deveria ser injetado nas áreas da saúde e da educação. Segundo Jean Cocteau, "existem verdades que a gente só pode dizer depois de ter conquistado o direito de dizê-las." Portanto, há que se perguntar: "é justo o cidadão arcar com os custos dessa suposta democracia?" Lamento que o comodismo tenha voltado a dominar o senso crítico do brasileiro.

Como se nada mais bastasse, o Governo radicalizou ao lançar o programa eleitoreiro "Mais Médicos", uma nova peça de marketing, com o país importando 4.000 médicos de Cuba tendo, como agravante, a rejeição do revalida e o possível aparelhamento do Estado brasileiro por agentes cubanos. Se o governo agisse com mais correção deveria implantar estruturas decentes para que médicos brasileiros pudessem atuar com dignidade. Tudo indica que falta seriedade nas ações de governo. A caminhar assim o próximo passo será o lançamento do "Mais Governo", nos mesmos moldes do "Mais Médicos", com o país importando os irmãos Castro e os mausoléus de Stalin, Marx e Guevara. Aí reside o grande perigo de um possível projeto totalitarista ora em curso. A sociedade precisa acordar urgentemente.

Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
http://literaturaeopiniao.blogspot.com.br/

"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O silêncio das ruas
Por Luiz Maia


É notória a predominância do silêncio nas ruas. O comodismo voltou a dominar o senso crítico do brasileiro. Com raríssimas exceções, este fato vem comprovar a acomodação dominante da sociedade brasileira. No meu entender, os recentes protestos no Brasil, na prática, não surtiram o efeito desejado. O País mudou em nada. O gigante continua adormecido, como sempre. As mazelas continuam as mesmas de antes. A estória de que nada mais será como antes das manifestações de rua é pura falácia. Os políticos estão se lixando para os eventuais espasmos da sociedade. Governantes e políticos em geral continuam ignorando o recado das ruas porque sabem que essa grita é um fato isolado. Os protestos pontuais não passam de manifestações aleatórias. É uma lástima mas é a realidade. Só um povo verdadeiramente educado consegue realizar as grandes transformações necessárias ao País. Neste momento importante que o País atravessa é preciso reafirmar que o mais grave problema do Brasil é a falta de educação.

 
 
Por essa razão eu não creio que a população venha a se manifestar, permanentemente, cobrando os direitos que lhes são negados por todos esses anos. É claro que a sociedade deveria continuar nas ruas. Exigir, por exemplo, a implantação de penas mais duras para criminosos comuns e a prisão imediata para políticos e autoridades corruptas. É muito grande a pauta com matérias relevantes para serem discutidas, visando o bem comum dos cidadãos e a saúde do país, mas as pessoas perdem um precioso tempo indo a baladas, vendo novelas e futebol. Para mim o brasileiro continua sendo o povo mais acomodado do mundo. Eu não consigo entender essa falta de consciência quando nos deparamos com autoridades que começam um jogo cretino de faz-de-conta, com o intuito específico de iludir a boa fé dos manifestantes.
 

Recentemente quiseram empurrar, goela abaixo dos brasileiros, um plebiscito fajuto cujo real efeito seria um golpe contra os verdadeiros interesses da sociedade. Não foram essas as cobranças que estavam na boca do cidadão nas manifestações que sacudiram o país. As pessoas precisam voltar a se articular condenando essa e outras enrolações cujo feito prático seria gastar o dinheiro do contribuinte para ajudar os interesses de um governo perdido em meio a uma série de equívocos. Carecemos de princípios objetivos de convivência social, de uma melhor organização nas relações econômica, cultural e política. Algo que venha inibir a fantasia que tem levado o Brasil a um estado de existência relativa, a uma alienação cada vez mais profunda da realidade objetiva. Somente assim poderemos acreditar neste País.

Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.

"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Desafinado
Por Luiz Maia

Com a queda do muro de Berlim, a humanidade se viu diante de um fato histórico inesperado. Até um dia antes do episódio consumado ninguém poderia imaginar que isso pudesse acontecer. Este evento serviu de parâmetro para balizar uma nova ordem no traçado no destino das pessoas. Serviu também para contextualizar uma realidade nas relações entre países de todos os continentes. A guerra fria dera vez ao mundo globalizado. Os títulos "esquerda" e "direita", bastante usados para designar as preferências políticas, perderam o sentido na prática. Uma nova era começara a surgir. A realidade quebrando paradigmas e a história mudando conceitos. Diante dessa evidência, dá vontade de rir quando alguém se rotula de "esquerda" neste país. Alguns "esquerdistas" dizem que detestam o capitalismo e lutam para conseguir um mundo melhor - mas só para eles, dirigentes, como ocorre nos poucos países onde imperam as ditaduras comunistas. Essa gente sabe que, na prática, não é assim que funciona. É preciso contextualizar o processo. Porque analisar fatos extirpados do substrato histórico em meio ao qual eles foram forjados é um equívoco que se comete e uma desonestidade para os que conhecem os princípios do raciocínio lógico.
 
 
É muito bom poder discordar. É saudável o contraditório. Mas falsos democratas de plantão detestam a imprensa e a liberdade de expressão. Essa gente fala bem da democracia mas gostaria de fechar o congresso e governar baseado no triste modelo existente em Cuba. A "esquerda" no Brasil é composta, em muitos casos, por agitadores acostumados a beber e badernar nos botecos em frente de fábricas. Afastem-se dessa barca furada. Sejam solidários e responsáveis com um País que não merece gestões medíocres como as que conhecemos. Governos rotulados de "esquerda" proporcionam inúmeros escândalos políticos no Brasil. Hoje o País poderia estar mergulhado na mais prounda escuridão, com a Constituição sendo rasgada e o povo vivendo sob o tacão do partido único, a imprensa calada e os cidadãos brasileiros sem liberdade.


O famoso compositor Chico Buarque de Holanda se diz 'esquerdista" de carteirinha. Este senhor não perde a oportunidade de fazer campanhas políticas para candidatos socialistas, comunistas ou ditos condenados pela justiça eleitoral. O interessante é que Chico Buarque mora há mais de trinta anos em um belo apartamento em Paris, capital da França. Continua compondo músicas e escrevendo livros inspirados em um bom uísque escocês, de preferência da safra 12 anos. Leva uma vida mansa, considerada por eles, "esquerdistas", uma vida de burguês. Em época de eleições Chico Buarque vem ao Brasil, faz campanha para os "companheiros", põe muito dinheiro no bolso e se manda de volta para viver sua doce vida. Pior só mesmo para quem fica. Não sabe ele que geralmente seus candidatos são péssimas referências como políticos. Agem na calada da noite, assaltam os cofres públicos, ignoram o que seja ética. Muitos deles respondem a processos na justiça por terem cometido falcatruas, outros foram julgados e condenados e aguardam só o momento de irem para a cadeia, onde vão cumprir penas pelos desatinos praticados. Esquerda volver.

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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.
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Terra de ninguém

Por Luiz Maia

Sem dúvida alguma os atos de vandalismo na madrugada de 18 de julho de 2013 no Leblon são uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Deve-se dizer que a destruição ocorrida não tem a ver com o movimento encampado pelas pessoas que protestavam ordeiramente. Absolutamente nada, ao contrário do que deram a entender as reportagens de uma determinada emissora de TV que, mais uma vez, tentou associar a desordem cometida pelos arruaceiros aos protestos pacíficos da população insatisfeita com o governo. O que houve foi a inoperância do Estado para conter o quebra-quebra de prédios públicos e lojas comerciais. Neste caso o vandalismo teve o consentimento explícito do poder público. Todos viram que, durante mais de duas horas, policiais militares e civis cruzaram os braços enquanto bandidos encapuzados destruíam tudo que encontravam pela frente. A omissão policial veio demonstrar a falta de pulso forte por parte daqueles que deveriam proteger o cidadão e o bem público. Sabemos que numa democracia funciona o império da Lei; jamais o reino da desordem como nos fez parecer.
 
As pessoas protestam contra governos medíocres e um Congresso desmoralizado. Impressionam-me o cinismo e a desfaçatez da maioria de parlamentares com assento no Congresso Nacional, que manchou a credibilidade daquela Casa, não havendo, portanto, a menor condição de votar projetos. Os políticos, por sua vez, já esqueceram as cobranças que estavam na boca do cidadão nos recentes protestos que sacudiram o país. Os anseios da população ainda não foram por eles compreendidos. O povo cansou de ver gestões marcadas pela corrupção e pela incompetência administrativa. Ao governo caberia compreender tão somente que a sociedade não aceita mais este modelo corrupto de se fazer política no Brasil. É preciso mudar tudo.

 
A nação brasileira resolveu acordar. O recado passado pelas manifestações deixou bem claro que hoje as pessoas não dependem mais das entidades para extravasar seu descontentamento com eventuais descaminhos das autoridades constituídas. Pelo menos é isto que supomos. O destino da população não está mais condicionado a partidos políticos, centrais sindicais nem associações de bairro. A esperança do brasileiro encontra-se agora erguida em suas mãos. O povo começa a reescrever sua história através das redes sociais. Isto é ponto pacífico. Um caminho sem volta. Ao povo caberá doravante a última palavra.


Luiz Maia
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É Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.

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Um País em ebulição

Por Luiz Maia

O brasileiro acostumou-se a conviver com as injustiças. Poucas vezes havia demonstrado sua insatisfação publicamente. Tem sido assim ao longo dos anos. Quando um ato de justiça prevalece, a opinião pública se manifesta imediatamente para comemorar o feito. Vemos agora surgir no horizonte um clarão que sinaliza uma nova alvorada. O estado de sonolência deu vez aos protestos. É ótimo escutar centenas de milhares de gritos, há muito engasgados, cobrando melhoras nos serviços públicos, o fim da corrupção e dos malefícios provenientes da impunidade. A nossa gente precisava de uma manifestação grandiosa como esta. Os desmandos neste país apresentam a forma de um tumor que precisa ser extirpado. Chegou a hora da verdade.
 
Finalmente o povo acordou. Falou mais alto o sentimento de indignação de quem sofre nas filas dos hospitais, nos ônibus e metrôs superlotados, padece nas escolas sucateadas, e que agora se faz presente nas vozes que clamam contra a falta de ética e o mau uso do dinheiro público. O trabalhador despertou. Começa a exigir respeito pelo imposto pago e que escorre pelo ralo da corrupção. O Ministro do STF Joaquim Barbosa certa vez revelou o óbvio: "a Câmara Federal não representa o povo e os partidos são de “mentirinha”. Os partidos políticos giram em torno de seus interesses, por vezes inconfessáveis. Vivem distante das reais demandas da sociedade. Essa excrescência merece o repúdio de todos nós.



A partida foi dada. Lutemos por um Brasil onde o trabalho seja a fonte segura de sua honradez. Um país onde ninguém tenha medo de andar nas ruas, no qual as pessoas sejam respeitadas em sua cidadania; a sinceridade de sentimentos distante das mentiras do passado. Um país em que a honestidade faça parte do cotidiano das pessoas, tornando a vida do brasileiro muito melhor. Um novo tempo começa. Nada será como antes.


Luiz Maia
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.


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Governo acuado, sem rumo, perdido

Por Luiz Maia

Usando vestido claro, abolindo o habitual vermelho, rosto carregado de maquiagem, assim a Presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento à nação, na noite da sexta-feira, 21 de junho de 2013, pressionada por causa das recentes manifestações públicas ocorridas em todo país. Tratou de reforma política, da necessidade de dialogar com as "vozes da rua", reconheceu a grave crise de representação. A presidente falou, mas não convenceu. Não trouxe nada de novo ao que costuma falar em seus discursos.

Na semana seguinte, a presidente Dilma Rousseff, em reunião com governadores e prefeitos, no Palácio do Planalto, anunciou cinco pactos nacionais. Não contava, porém, com a péssima repercussão das medíocres propostas apresentadas. Ao deixarem o encontro, muitos governadores lamentaram o viés das medidas que nem de longe atendem às reivindicações que têm dominado as manifestações populares. Estão todos perdidos. Não souberam entender o claro recado da sociedade.

A presidente deveria fazer o mea culpa, reconhecer que, desde que o seu partido assumiu o poder, passou a ficar conhecido pelos escândalos que protagonizou. Admitir que a ineficiência é a marca maior de sua gestão, que mantém 39 ministérios e mais de 25 mil militantes, sorvendo os recursos públicos. Assumir que há um colapso em áreas vitais: saúde, educação, transporte e segurança pública. Será que o seu governo não sabe que as pessoas passam até quatro horas por dia no trânsito, amontoadas em ônibus, trens e metrôs lotados, ou imobilizadas em seus próprios veículos?

Não se pode crer que a presidente não tenha percebido que a sociedade não suporta mais assistir calada à falência do Estado brasileiro. Por que não escuta o grito do povo contra o seu governo que tenta manobras, inacreditáveis, ​​através de Emendas Constitucionais, como a PEC 37, visando encobrir alguns dos maiores escândalos de corrupção no país, que só vieram à tona por causa das ações do Ministério Público Federal? É lamentável que a presidente Dilma feche os olhos para a realidade do nosso país.

As ações propostas pela presidente assemelham-se mais a uma jogada de marketing. São inócuas e não respondem ao clamor das ruas. Vale aqui lembrar a história das lutas empreendidas pelos povos. Numa das manifestação mais louváveis, os franceses tomaram para si a responsabilidade de transformar o seu país em algo decente para se viver. Refiro-me à "Queda da Bastilha", ocorrida na França, em 1789. A Revolução Francesa começou com revoltas populares, como as que vêm acontecendo no Brasil. Nunca é demais saber traduzir os sinais emitidos pelo povo nas ruas!

Luiz Maia
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