quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O silêncio das ruas
Por Luiz Maia


É notória a predominância do silêncio nas ruas. O comodismo voltou a dominar o senso crítico do brasileiro. Com raríssimas exceções, este fato vem comprovar a acomodação dominante da sociedade brasileira. No meu entender, os recentes protestos no Brasil, na prática, não surtiram o efeito desejado. O País mudou em nada. O gigante continua adormecido, como sempre. As mazelas continuam as mesmas de antes. A estória de que nada mais será como antes das manifestações de rua é pura falácia. Os políticos estão se lixando para os eventuais espasmos da sociedade. Governantes e políticos em geral continuam ignorando o recado das ruas porque sabem que essa grita é um fato isolado. Os protestos pontuais não passam de manifestações aleatórias. É uma lástima mas é a realidade. Só um povo verdadeiramente educado consegue realizar as grandes transformações necessárias ao País. Neste momento importante que o País atravessa é preciso reafirmar que o mais grave problema do Brasil é a falta de educação.

 
 
Por essa razão eu não creio que a população venha a se manifestar, permanentemente, cobrando os direitos que lhes são negados por todos esses anos. É claro que a sociedade deveria continuar nas ruas. Exigir, por exemplo, a implantação de penas mais duras para criminosos comuns e a prisão imediata para políticos e autoridades corruptas. É muito grande a pauta com matérias relevantes para serem discutidas, visando o bem comum dos cidadãos e a saúde do país, mas as pessoas perdem um precioso tempo indo a baladas, vendo novelas e futebol. Para mim o brasileiro continua sendo o povo mais acomodado do mundo. Eu não consigo entender essa falta de consciência quando nos deparamos com autoridades que começam um jogo cretino de faz-de-conta, com o intuito específico de iludir a boa fé dos manifestantes.
 

Recentemente quiseram empurrar, goela abaixo dos brasileiros, um plebiscito fajuto cujo real efeito seria um golpe contra os verdadeiros interesses da sociedade. Não foram essas as cobranças que estavam na boca do cidadão nas manifestações que sacudiram o país. As pessoas precisam voltar a se articular condenando essa e outras enrolações cujo feito prático seria gastar o dinheiro do contribuinte para ajudar os interesses de um governo perdido em meio a uma série de equívocos. Carecemos de princípios objetivos de convivência social, de uma melhor organização nas relações econômica, cultural e política. Algo que venha inibir a fantasia que tem levado o Brasil a um estado de existência relativa, a uma alienação cada vez mais profunda da realidade objetiva. Somente assim poderemos acreditar neste País.

Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.

"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."

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