O silêncio das
ruas
Por Luiz Maia
É notória a predominância do silêncio nas ruas. O
comodismo voltou a dominar o senso crítico do brasileiro. Com raríssimas
exceções, este fato vem comprovar a acomodação dominante da sociedade
brasileira. No meu entender, os recentes protestos no Brasil, na prática, não
surtiram o efeito desejado. O País mudou em nada. O gigante continua adormecido,
como sempre. As mazelas continuam as mesmas de antes. A estória de que nada mais
será como antes das manifestações de rua é pura falácia. Os políticos estão se
lixando para os eventuais espasmos da sociedade. Governantes e políticos em
geral continuam ignorando o recado das ruas porque sabem que essa grita é um
fato isolado. Os protestos pontuais não passam de manifestações aleatórias. É
uma lástima mas é a realidade. Só um povo verdadeiramente educado consegue
realizar as grandes transformações necessárias ao País. Neste momento importante
que o País atravessa é preciso reafirmar que o mais grave problema do Brasil é a
falta de educação.
Por essa razão eu não
creio que a população venha a se manifestar, permanentemente, cobrando os
direitos que lhes são negados por todos esses anos. É claro que a sociedade
deveria continuar nas ruas. Exigir, por exemplo, a implantação de penas mais
duras para criminosos comuns e a prisão imediata para políticos e autoridades
corruptas. É muito grande a pauta com matérias relevantes para serem discutidas,
visando o bem comum dos cidadãos e a saúde do país, mas as pessoas perdem um
precioso tempo indo a baladas, vendo novelas e futebol. Para mim o brasileiro
continua sendo o povo mais acomodado do mundo. Eu não consigo entender essa
falta de consciência quando nos deparamos com autoridades que começam um jogo
cretino de faz-de-conta, com o intuito específico de iludir a boa fé dos
manifestantes.
Recentemente quiseram
empurrar, goela abaixo dos brasileiros, um plebiscito fajuto cujo real efeito
seria um golpe contra os verdadeiros interesses da sociedade. Não foram essas as
cobranças que estavam na boca do cidadão nas manifestações que sacudiram o país. As pessoas precisam voltar a se articular condenando essa e outras enrolações
cujo feito prático seria gastar o dinheiro do contribuinte para ajudar os
interesses de um governo perdido em meio a uma série de equívocos. Carecemos de princípios objetivos de convivência social, de uma melhor organização nas relações econômica, cultural e política. Algo que venha inibir a fantasia que tem levado o Brasil a um estado de existência relativa, a uma alienação cada vez mais profunda da realidade objetiva. Somente assim poderemos acreditar neste País.
Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
http://literaturaeopiniao.blogspot.com.br/
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.
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"É preciso entender que o sentimento de
indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se
livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um
mundo melhor."
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