sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Grito de alerta
Por Luiz Maia *


Ao sair nas ruas do Recife é fácil perceber inúmeros sinais de sujeira e degradação. O fenômeno social é proporcionado por uma população ignorante, carente de educação, de lições básicas de higiene e regras de boa convivência. Hoje andamos com medo de sair de casa.

 
Vândalos, supostos trabalhadores, de uniformes vermelhos, foice e cacete na mão, impedem o tráfego. Não satisfeitos, resolvem quebrar os veículos de pacatos cidadãos. Irresponsáveis comprometem a rotina dos que querem trabalhar, invadem terras produtivas, saqueiam cargas ou impedem, de forma criminosa, o ir e vir das pessoas. Imbecis de todo tipo fazem protestos queimando pneus em via pública, outros usam carros equipados com o som nas alturas. Idiotas depredam ônibus, flanelinhas exploram motoristas, menores cometem delitos, mocinhas perdem-se no sexo e nas drogas; criminosos riem das autoridades, infratores comercializam produtos piratas tomando as calçadas dos pedestres. Todo absurdo é permitido em nome de uma suposta democracia. Uma verdadeira tragédia.

Transformaram o país em terra de ninguém. Um bando de parasitas se alimenta do Estado, recebe verbas do governo para praticar crimes e infernizar a vida de todos. Há mais de uma década o Brasil presencia o surgimento de uma "geração de bárbaros", caracterizada pela degradação dos princípios, a não valorização do trabalho honesto e apologia à desordem. Na política, nas artes, cultura e entretenimento, o mau gosto predomina de forma avassaladora. Existe uma exaltação do que não presta, um culto à mediocridade, difícil de ser aceito por quem tem bom senso. Cidadania é palavra desconhecida por grande parte dos brasileiros, carentes de um sistema educacional de qualidade, que deveria ser a prioridade básica dos governantes.

Em um país que não tem planejamento, nem dispõe de políticas públicas de acesso às práticas esportivas, a consequência imediata é o surgimento das graves mazelas sociais. O Estado brasileiro, que deveria mostrar-se preocupado com a gravidez de mulheres carentes, é inteiramente omisso. Ampliar o acesso à informação sobre formas de se evitar a gravidez indesejada seria um passo importante no combate à miséria, evitando que viessem ao mundo menores cujas mães não têm a menor condição de criá-los. Mas o principal problema do Brasil reside na eterna falta de educação. Parte do dinheiro arrecadado em impostos pelo governo escorre pelo ralo da corrupção. Não fora isso e a população mais carente se beneficiaria do ensino de qualidade. Hoje, alunos ameaçam professores, usam drogas, agem com violência, depredam as escolas do bairro. A falta de preparo dos professores, assim como os baixos salários, são ingredientes que fortalecem o ensino deficiente que envergonha o país. A desigualdade social reflete no comportamento das pessoas mais humildes da população. Elas vivem excluídas do ensino público, padecem sem segurança e morrem nos hospitais sem atendimento. Até quando?


Existem dois brasis: o oficial, aquele em que autoridades surfam nas ondas de um falso desenvolvimento e um outro país, o real, no qual vive um povo que, aos poucos, segue transformando as cidades em imensas favelas. Tem muita gente deseducada rebaixando o país à condição de pocilga. A ignorância avança em todas as classes sociais. A falta de respeito impera em todos os lugares. Os valores foram definitivamente esquecidos por muitas pessoas que não consideram ninguém. Eu gostaria de viver num país em que a população pudesse se orgulhar da terra em que nasceu. Voltar no tempo para imaginar um Brasil em que as pessoas se sentissem seguras, onde o trabalho fosse a fonte honesta de sua honradez. Uma nação onde ninguém tivesse medo de andar nas ruas e homens e mulheres fossem respeitadas em sua cidadania. Quisera poder ver a sinceridade de sentimentos expressa nos olhos dos brasileiros, distante das mentiras do passado que não traduzem a índole do nosso povo. Um país em que solidariedade e honestidade façam parte do nosso cotidiano, tornando a vida do Brasil e do povo muito melhores.

* Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
http://literaturaeopiniao.blogspot.com.br/

Literatura & Opinião! (Site pessoal)
http://www.luizmaia.blog.br/

Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.

"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014


"Black blocs", representantes da estupidez humana
Por Luiz Maia

A estupidez da violência, que se espalha pelo Brasil, é fruto da falta de leis duras. A morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Band, agrediu à sociedade e atingiu em cheio à liberdade de Imprensa. De forma apressada, o Senado Federal reagiu à morte do cinegrafista, querendo igualar "black blocs a terroristas". Ocorre que medidas pontuais são infrutíferas, não atingem à raiz do problema. É preciso coragem para atualizar urgentemente o ultrapassado Código Penal brasileiro. Dentre outras coisas, faz-se necessário diminuir a idade penal para 15 anos e implantar a pena capital para crimes hediondos. Sem esses pontos contemplados, é melhor calar e acabar com a encenação.

Lembremo-nos dos recentes movimentos havidos no Brasil. Após os pacíficos protestos de ruas, com a multidão cobrando mudanças no país, hoje predomina o silêncio em virtude dos "black blocs" semearem o pânico e o terror na população. O bando quebra equipamentos públicos, lojas comerciais, impedindo as livres manifestações da sociedade, que reivindica um Brasil melhor. Diante da inoperância e covardia do Estado, para conter a sanha dos canalhas, só resta à população a certeza da impunidade e a quase falência do Estado Democrático de Direito.

É preciso abrir os olhos para os descaminhos do nosso país. O que poderia ser uma das mais belas pátrias do mundo, hoje o Brasil se depara com a grave crise de caráter, a falta de ética dos poderes públicos e a perda de valores sem precedentes na história. Por enquanto o país permanece adormecido, as mazelas continuam as mesmas, e os políticos continuam se lixando para os justos reclamos da sociedade.

Resta ao cidadão lutar por um Brasil onde exista justiça e o trabalho seja a fonte segura de sua honradez. Um país onde ninguém tenha medo de andar nas ruas, no qual as pessoas sejam respeitadas em sua cidadania; a sinceridade de sentimentos distante das mentiras do passado. Um país em que a honestidade faça parte do cotidiano das pessoas, tornando a vida do brasileiro muito melhor.

Seria interessante o Brasil ter na presidência alguém à altura de nos representar. Um Estadista que venha honrar o cargo, que dê bons exemplos, mostrando aos brasileiros que é possível assumir a presidência baseado na competência e na honestidade. Diferente dos que não honram a palavra, que enganam o povo, que roubam com desfaçatez, iludindo os incautos e humildes. Que novas perspectivas surjam no horizonte, eliminando nuvens escuras que pairam sobre nós, trazendo consigo propostas efetivas visando planejar nosso país de maneira séria e responsável. É preciso mudar para valer, para recolocar o Brasil nos eixos.
 
 
Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.