terça-feira, 19 de maio de 2015

Escárnio com o dinheiro público
Por Luiz Maia

Nas conversas que tenho com um amigo jornalista, ele habitualmente passeia pelos labirintos sombrios da República. Às vezes surpreende ao mostrar facetas despercebidas do caráter sórdido de alguns figurões na Capital Federal. Isto nos leva a refletir sobre certas ações políticas que ignoramos mas que têm influencia direta no nosso dia a dia.

Indignado, certa vez confessei ao amigo que era difícil acreditar em um sistema no qual deputados, senadores e magistrados parecem ocupar cargos não para servir à sociedade, mas para satisfazerem interesses pessoais. E logo me veio à lembrança as passeatas nas ruas pedindo "Diretas Já". Hoje muitos daqueles estão no poder. Vejam só o resultado. Aqui não é o Reino Unido onde a Democracia funciona há 800 anos. Ignorar a índole e a cultura do nosso povo é querer continuar neste trágico jogo de faz-de-conta. O Brasil não se preparou para o regime democrático, claro que não.

Quem pode negar que o mensalão e a lava jato mostraram as vísceras de um sistema político podre, corrupto e viciado no qual o cinismo exercido por autoridades já faz parte da liturgia do cargo? Afinal já teve de tudo: crimes de lesa pátria, delação com provas contundentes, quebra de sigilos bancários, telefônicos, etc... O escárnio com o dinheiro público é deplorável. Apesar disso vem Lula se dizendo "indignado com a corrupção no Brasil". Nesta hora o homem de bem procura um buraco para enfiar a cabeça e não acha. O clássico de Pirandello - "assim é se lhe parece" - caberia bem neste caso.

Mas enquanto cresce a indignação com o atual governo, a repulsa da sociedade com o estado de decadência moral, política e econômica do País, os que fazem este mesmo governo se divertem frequentando festas de casamentos de endinheirados, passeiam em jatinhos particulares, gastam fortunas com cartões coorporativos, tudo isto acontecendo sem a devida preocupação com o destino trágico a que levaram o nosso País porque eles sabem que aqui embaixo o 'zé povinho' é quem sempre paga a conta. Infeliz é a Nação onde a impunidade vigora, sendo quase uma instituição que resiste ao tempo.

Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.



"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."