domingo, 18 de janeiro de 2015

Meias verdades
Por Luiz Maia

A propaganda contrária à Contra Revolução de 31 de março de 1964, bastante divulgada na imprensa, escondeu verdades sobre fatos ocorridos à época. Em entrevista à Revista Veja o ex-ativista político Fernando Gabeira admitiu que "grupos de esquerda de resistência à ditadura não queriam a democracia e sim implantar no Brasil a ditadura do proletariado." Mesma afirmativa do candidato a presidente em 2014, pelo PV, Eduardo Jorge.

Os trabalhos da "Comissão da Verdade" foram concluídos. Entre suas atribuições está a de "colaborar com todas as instâncias do poder Público para a apuração de violações de Direitos Humanos", nos termos da chamada Lei de Anistia. A decisão de examinar os crimes de estado não foi da Comissão, mas determinação legal. O Congresso deveria ter mandado examinar os dois lados. E não o fez. Sem querer entrar no mérito, afinal qual a verdade apurada? E os crimes como sequestros, roubos e mortes praticados por guerrilheiros? Faltou contextualizar todo o período que antecedeu a Revolução. A comissão se resume, portanto, a "meias verdades". Seria como negar a própria História.

Recordo-me de uma ameaça sofrida por meus familiares, vinda de um amigo de infância, ativista comunista derrotado pelas Forças Armadas na contra revolução de 1964. Era o ano de 1963 e eu contava 16 anos. Certa noite estávamos reunidos com amigos em casa. Num dado momento, para nossa surpresa e indignação, ouvimos do amigo o seguinte recado: "quando a revolução triunfar vamos pendurar nos postes os burgueses, imigrantes e reacionários do País". O meu pai, português, foi durante 60 anos empresário no Brasil. Seria este o motivo? O sectarismo desferido contra amigos inocentes e alienados traduz o grau de fanatismo proveniente da lavagem cerebral a que muitos jovens foram submetidos. Dele não guardo rancor, ódio nem sentimentos menores. Talvez exista entre nós uma possível quebra de confiança.

Imaginemos se a revolução comunista sobrepujasse à contra revolução de março de 1964, inocentes seriam executado no paredão? Haveria Anistia política? Milhões de pessoas foram fuziladas por bandidos como Josef Stalin, Guevara e Fidel. Mortas em nome de uma nefasta ideologia. Revoluções que satisfizeram a sanha criminosa de assassinos cuja memória a história se encarregará de enterrar para sempre.

Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.


"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."