domingo, 1 de fevereiro de 2015

O alerta de uma jovem estudante
Por Luiz Maia

Ao entrar numa livraria encontrei uma moça folheando um livro com avidez. Sentei-me à mesa ao lado e escutei a conversa comovente entre duas estudantes de Colégio público. Pedi licença e passei a ouvi-las. Estavam desencantadas com o ensino público, com a péssima qualidade das instalações físicas dos educandários e a abusiva omissão do Estado perante os irrelevantes salários dos professores. A indisciplina entre alunos e professores, dentro e fora da sala de aula, foi alvo de crítica também. A mais indignada ressaltou a falta de motivação de alunos e professores para enfrentar a exaustiva rotina. Poucos têm compromisso de fato com a prática do aprender e do ensinar. Existe uma espécie de cumplicidade latente entre as partes. Na visão das estudantes, todos os envolvidos são vítimas do precário ensino público no País, fato que pode explicar o porquê do governo adotar as chamadas 'cotas sociais' nas universidades brasileiras.

A meu ver as mencionadas 'cotas sociais' servem apenas para legitimar a falência de um sistema que abona a incompetência do mau aluno, conforme afirmara a estudante, num inequívoco desrespeito ao critério de meritocracia, antes considerado. Eu acrescentaria que as referidas "cotas" deveriam despertar a consciência de que hoje o País dispõe de um sistema universitário à beira da falência, correndo o sério risco de perder em definitivo a credibilidade de que hoje ainda dispõe.
O responsável pelos desacertos nos vários setores do País é a flagrante incompetência de sucessivos governos que não perceberam a necessidade de se planejar o Estado brasileiro, com ações concretas a médio e longo prazos. Ao final o que se depreende é a indiferença crescente de supostos gestores que colaboram para que projetos equivocados de inclusão social ocorram no setor público. Resta-nos aguardar que a voz da estudante seja considerada e o País volte urgentemente suas atenções para a implantação de uma educação de qualidade para todos os cidadãos, independente de serem negros ou brancos, ricos ou pobres.

Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
http://literaturaeopiniao.blogspot.com.br/

Literatura & Opinião! (Site pessoal)
http://www.luizmaia.blog.br/

Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.



"É preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para que tenhamos um mundo melhor."

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