Sementes da
discórdia
Por Luiz Maia
Vejo com apreensão o
germinar das sementes de ódio em cada esquina do país. Sementes lançadas por um
ex-presidente que tinha por hábito jogar pobres contra ricos, negros contra
brancos, com a clara intenção de fatiar a sociedade em cotas para se perpetuar
no poder, no melhor estilo maquiavel. Em dois mandatos o falso "salvador da
pátria" promoveu um retrocesso no relacionamento de classes no
País, intensificando antigas desavenças relativas à cor da pele, condição
social, poder econômico.
Hoje o brasileiro
parece estar anestesiado, incapaz de levantar a voz contra as falcatruas e
escândalos praticados pelos homens públicos que dirigem esta nação. Essa apatia
da população é terreno fértil para que os gestores continuem ignorando a
necessidade de adoção de políticas públicas de longo prazo que retirem o Brasil
da vergonhosa posição mundial nos indicadores de educação, saúde,
desenvolvimento humano. Sem educação de qualidade, a explosão demográfica nas
classes mais desfavorecidas permanecerá fazendo parte da realidade nacional. Sem
oportunidades, essas crianças irão engrossar, futuramente, a legião de
desempregados, marginais e viciados que contribuem para os trágicos índices de
violência que destroem tantas famílias.
Um efeito colateral desse
cenário sombrio são os supostos movimentos sociais, financiados e/ou estimulados
pelo governo federal, como o dos 'sem teto' e dos 'sem terra', e agora dos
intitulados 'rolezinhos', que têm por objetivo levar o terror à vida do cidadão.
Não bastassem esses agrupamentos institucionalizados, surgiram também os Black
Blocs, de viés fascista, determinados a implantar o pânico na sociedade,
esvaziando as legítimas e pacíficas manifestações que reivindicavam o fim da
corrupção e serviços públicos de qualidade, contrapartida mínima para um povo
que paga elevados tributos sem acesso às garantias constitucionais.
É de se perguntar onde
estão as autoridades brasileiras que permitem que manifestações, com contornos
político-ideológicos, impeçam o direito de ir e vir das pessoas e promovam
depredações do patrimônio público e privado? Não se pode conceber que um bando
de três mil adolescentes marquem encontros pelas redes sociais e entrem, de uma
só vez, nos shoppings centers, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Falsos intelectuais, de forma irresponsável, afirmam que os 'rolezinhos' são o
'grito dos pobres'. Nada mais falso, já que tais jovens são assíduos
frequentadores daqueles estabelecimentos comerciais, o que derruba a tese de
repressão da periferia. Recente pesquisa Datafolha aponta que 70% dos jovens
condenam essas manifestações. O resultado desmoraliza os patrocinadores da
bandalheira. A sociedade precisa se livrar do esquerdismo delirante que tanto
mal faz ao país.
De resto o Brasil não é a
maravilha apregoada pela propaganda governamental. As instituições estão falidas
e tomadas por patrulhas ideológicas, aliadas da corrupção, da improbidade e da
incompetência. Enquanto dormimos, o país é surrupiado por políticos e
empresários desonestos. A política virou sinônimo de falcatrua. Faz parte da
cartilha dos governantes, desprovidos de espírito público e de ética, manter um
povo sem educação, sem cultura e sem perspectivas, o que lhes assegura a
perpetuação no poder, ancorados na ignorância do analfabetismo funcional. O tão
decantado Brasil não passa na verdade de um arremedo de País.
Luiz Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
http://literaturaeopiniao.blogspot.com.br/
Literatura & Opinião! (Site pessoal)
http://www.luizmaia.blog.br/
Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.
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