Amor à natureza
Por Luiz Maia
O homem é o maior predador do
Universo. Ele assassina o semelhante, os animais para vendê-los e saboreá-los à
mesa. Destrói matas e florestas, polui rios e mares. Eu não entendo tanta
maldade. Amar à natureza é o melhor que há mim. Se existir reencarnação, como
dizem os espíritas, devo ter sido um animal, uma árvore ou um pássaro em outras
vidas...
Um dia imaginei que eu era uma frondosa árvore das poucas que restam da Mata Atlântica. Eu ficara feliz ao oferecer fruto e sombra às pessoas, embelezando o ambiente e levando ar puro e oxigênio para o homem aspirar. Eu me sentia útil e feliz. Até o dia em que alguns homens se aproximarem de mim com motosserras na mão. Sem escrúpulos nem piedade, cortaram os meus galhos, deixando-me morta e abatida no chão. Em pouco tempo eu fazia parte da mobília de uma família, passei a ser um simples móvel...
Continuando o inesperado sonho, pedi para nascer agora em forma de pássaro. E logo eu renascia debaixo das penas azuis de um lindo pássaro da Amazônia. Que maravilha poder desfrutar do infinito das matas, do imenso céu azul! Eu me sentia livre e dono do mundo. Minha vida era pura alegria, eu vivia feliz cantando para o mundo que me acolhia. Perdi a conta das vezes em que eu voei sobre quilômetros e quilômetros de florestas virgens, planando sobre cachoeiras até voltar ao meu ninho. Mas um dia vieram os homens e me prenderam em um alçapão. Humilhado, junto a outros pássaros, quando decidiram nos vender em cidades distantes. Não suportei os dias preso e morri. Não demorou muito para eu virar uma ave empalhada, uma forma estranha dos homens sentirem prazer...
Mas eu pedi a Deus para nascer novamente. Dessa vez eu quis vir em forma de vento. Não demorou muito para eu estar em atividade de novo, só que mansamente. Mas aí comecei a me lembrar de outras vidas, do mal que me fizeram e num segundo tomei raiva dos homens. Num momento de total insensatez eu pensei em me vingar de todos. Afinal, eu era o vento e podia me transformar num furação. E comecei a mudar de forma, passando a levar muita dor a cidades inteiras, deixando um rastro de destruição. Os homens estavam desta vez reféns de mim. Eu era forte e podia acabar com a vida deles se quisesse. De repente uma tristeza imensa invadiu minha alma. Eu estava me igualando aos homens na pior forma de levar a dor aos outros. E logo me veio o arrependimento, e me transformei em brisa. Dessa forma eu me senti novamente útil, livre e responsável com a minha missão nesta terra.
Luiz
Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
http://literaturaeopiniao.blogspot.com.br/
Literatura & Opinião! (Site pessoal)
http://www.luizmaia.blog.br/
Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.
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"É preciso entender
que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele que pensa no bem
estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore você também para
que tenhamos um mundo melhor."
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