Felizmente
fui criado assim
Por Luiz Maia
Na data em que se comemora o 'Dia das Crianças', venho aqui relembrar das noites estreladas em que ouvia minha mãe dizer que acreditava em sereias. Sua crença era inabalável a ponto de eu, por um bom tempo, acreditar nessa estória também. Dos quatro aos oito anos, acreditei na possibilidade de existir a figura do Papai Noel. Nos meses de dezembro, meu pai me levava pela mão e se dirigia à famosa loja Viana Leal. Já diante do 'Papai Noel', eu pedia o meu presente de Natal! Claro que eu nunca recebi nada, mas seguia acreditando.
Na data em que se comemora o 'Dia das Crianças', venho aqui relembrar das noites estreladas em que ouvia minha mãe dizer que acreditava em sereias. Sua crença era inabalável a ponto de eu, por um bom tempo, acreditar nessa estória também. Dos quatro aos oito anos, acreditei na possibilidade de existir a figura do Papai Noel. Nos meses de dezembro, meu pai me levava pela mão e se dirigia à famosa loja Viana Leal. Já diante do 'Papai Noel', eu pedia o meu presente de Natal! Claro que eu nunca recebi nada, mas seguia acreditando.
Quando eu, aos
cinco anos, vi mamãe entrando em casa trazendo no colo minha primeira irmãzinha,
corri para o terraço para conferir se as pegadas da 'cegonha' ainda estavam lá.
Ou seja, eu acreditava piamente na estória da cegonha que trazia no bico um
bebê. Havia pureza no coração das crianças da época. Estórias de trancoso,
contadas por minha mãe, fortaleciam o lado lúdico e imaginativo, nos ajudando no
crescimento como ser humano. Felizmente fui criado assim.
Após ter vivenciado
algumas experiências amargas é que passei a lembrar com saudade da convivência
que tive e tenho com os parentes e amigos. Hoje percebo com mais clareza a
necessidade que temos de prestar mais atenção em cada um deles: nossos pais,
irmãos, tios e avós. Precisamos saber como estão, onde moram, o que sentem e o
que fazem. Eu gostaria de estar ao lado de todos, desfrutar de uma boa conversa
para extrair lições de bondade e sabedoria, mas compreendo que nem sempre os
nossos desejos podem ser concretizados.
Só a
maturidade nos permite fazer esta reflexão. Mas fica a sugestão de que devemos
ser mais presentes, estar mais vezes juntos, sermos mais generosos com o
próximo. Em poucas palavras, eu traduzo a carência das conversas amigáveis, a
falta de abraços, quem sabe ouvir aquela piada que somente meu tio Adalberto
sabia contar. Afinal, parece que foi ontem que eu estava de calças curtas
defronte de um bolo de chocolate. A sala cheia, parentes felizes a festejar mais
um aniversário. Tudo ficou longe demais. Por onde andam meus tios, primas, meu
pai e irmãos? E os amigos que não os vejo mais? Aos poucos vamos perdendo nossas
referências, sem que nada mais possamos fazer. Por que me presenteiam com tantas
ausências, se ao menos não me foi dado o poder de esquecer?
Luiz
Maia
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
http://literaturaeopiniao.blogspot.com.br/
Literatura & Opinião! (Site pessoal)
http://www.luizmaia.blog.br/
Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.
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Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.
"É
preciso entender que o sentimento de indignidade é saudável às pessoas. Aquele
que pensa no bem estar coletivo se livra do egoísmo que o aprisiona. Colabore
você também para que tenhamos um mundo melhor."
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