quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Amores

Luiz Maia

Algumas experiências de vida nos conduzem fatalmente a falar de amor. Por este motivo não desejo mencionar fatos tristes nem apresentar fórmulas que amenizam os dissabores - embora isto seja também uma maneira de amar. Quero realçar o caminho que nos leva ao prazer de saborear a essência da vida. Falar de infinitos amores. Dizer que amamos tantas vezes quanto nossa capacidade de compreender que somos seres únicos, com o poder de nos enamorarmos sempre que o coração pedir. Tudo como se fosse nossa primeira vez. Renascemos a cada momento quando brota em nosso coração o desejo por alguém, a vontade de estar mais perto da pessoa amada. Conheci pessoas que passaram a vida inteira amando de diferentes formas, homens que conseguiram escrever seu destino de amor em amor, como os amantes embevecidos ao lado da primeira namorada. Essas pessoas conseguem amar seguidas vezes porque nelas existe um permanente espírito recriador, amam tanto quanto sua capacidade de saber reinventar esse amor.

Durante sua permanência nesse mundo, homens e mulheres seguiram construindo seus sonhos de significante grandeza, sem mesmo tomarem conhecimento de sua importância no embelezamento da vida. Fizeram de seu viver exemplos de como deveríamos interagir uns com os outros. Romperam obstáculos e preconceitos sem ligar para o que as pessoas diziam. Ousaram quando, munidos de seus propósitos, tentaram vencer o mundo. Essas pessoas compreenderam que sem esse amor seria como se lhes faltasse o próprio ar que respiram. Todas têm o dom dos poetas porque sabem ler a alma humana, gente que se impõe pelos gestos engrandecedores. Seres com estranhos desejos, tanto que por meio de suas ações dão exemplos de amor ao mundo. Humanos seres que pensam no próximo em cada minuto de suas vidas. Pessoas simples, mas que trazem consigo sentimentos envoltos em códigos que ninguém conseguiu traduzir um dia.

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