segunda-feira, 3 de abril de 2017


Necessito Ser ...

Por Luiz Maia
 
Preciso conhecer o amor fraterno para poder separar o sentimento ameno da ardência das paixões. Quero olhar os campos de trigais, comparar com os de concentração, onde a vida já não faz sentido. Preciso de uma amiga para compartilhar a vida, degustar um bom vinho, comer macarronada, queijo e mel, aprender a saborear as coisas boas da vida.
 
Quero falar da criança que há em mim, poder me ajudar a enfrentar a realidade sombria vivida por homens neste fim de era. Falar de poesias, vivenciar sonhos e ilusão, acreditar que existe em mim algo bom que eu possa lhe dar.
 
Preciso ver nos seus olhos a realidade dos encontros, em contraste com as despedidas.  Curtir a primavera florida e esquecer o frio do rigoroso inverno. Colher mais flores para entender que existem jardins. Preciso sonhar sem perder o entusiasmo pela vida. Desbravar novas estradas, conhecer a luz de um novo tempo. Colher seus ensinamentos, seu jeito simples de se comportar no mundo para que eu possa compreender melhor a vida. Quero extrair lições daqueles que ao sair da ignorância souberam dizer ao mundo que valeu a pena ter acalentado a esperança em seus corações.
 
Literatura & Opinião! (Blog pessoal)
 
Literatura & Opinião! (Site pessoal)
 
Autor dos livros "Veredas de uma vida", "Sem limites para amar", "Cânticos", "À flor da pele" e "Tamarineira - Natureza e Cidadania. Recife-PE.

 

domingo, 26 de fevereiro de 2017

A viagem

Luiz Maia*

Naquele dia frio, em que a manhã azul se transformou em cinza, eu retornei para casa
Após os abraços, juntei-me aos amigos, ao meu irmão e entrei no carro...
Confesso que não quis sequer olhar para trás...
Quanto mais o carro corria... mais eu pensava em você...

Pensei na covardia dos meus atos
Na vontade que eu tinha de pegar em seu braço,
Abraçar o seu corpo e, num demorado e apaixonado beijo,
dizer ‘amo você’...

Foi minha timidez que impediu de eu dizer bem alto o quanto a queria bem
Dizer que o nosso amor não morre
Que viverá para sempre abraçado à saudade...

Que vontade de abraçar-te agora, beijar-te demoradamente, descansar no colo seu
De tanto que a imaginei deslizo minhas mãos por suas curvas,
Percorro seu corpo em brasa à procura de minhas mãos...
E quanto mais intimidades descubro, mais encontro desejos afins...

É o carro seguindo viagem, e eu lembrando a beleza da menina que se misturava às nuvens de poluição...

Quando a cidade grande amanhece, e o seu sorriso desperta, já não verás a mim
Não sou eu quem a encontra, não sou eu quem a abraça, não sou eu quem a espera...
Hoje, apesar da imensa distância, continuo a amar você

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Recife, 25/02/2017