Luiz Maia
O apartamento está impregnado de sua presença. Em cada canto sua imagem aparece como se fosse presença definitiva em minha vida. Antes eu me perguntaria o que interessa tudo isso se aqui você já não está? O mais importante foi admitirmos que nossa separação possibilitou o fortalecimento de uma forte amizade. Passamos a cuidar de interesses comuns a ponto de ficarmos felizes com o sucesso do outro. Sentíamos a surpreendente necessidade de conversarmos sobre tantas inquietações, sobre as questões que diziam respeito às dúvidas do coração. Quantas vezes você me pediu conselhos sobre seu namorado? E as vezes em que me ajudou a escolher um livro para uma amiga querida? Foi preciso ter passado por essas experiências com você para eu poder sair do meu casulo, do meu indisfarçável egoísmo que me levou à solidão por longos dias. Nossa separação nos serviu como ponte para alcançarmos o outro, para sermos solidários com as pessoas a quem queremos bem.
Hoje em dia passamos a rir de nós mesmos quando nos lembramos das brigas bobas, dos desencontros como se fôssemos duas crianças. Como está sendo bom poder falar de valores esquecidos sem ter medo de cobranças. Quando nos encontramos ou falamos ao telefone já não existe em nós aquela angústia que nos constrangia. O que existe é a certeza de que estamos abertos ao novo, às novas e enriquecedoras experiências. Hoje em dia eu a admiro mais que antes. Fico feliz ao vê-la desfilando sua maturidade, escolhendo o que deseja para ser na vida, amando mais livremente sem se preocupar com detalhes menores. Eu me sinto feliz por ter-me livrado dos sentimentos de culpa. Você é responsável pela liberdade de que hoje desfruto. Posso afirmar tranqüilo ter valido a pena tudo que vivemos juntos. Aprendemos muitas lições de vida, amadurecemos a ponto de perceber que certas atitudes são incompatíveis com o amor.
Hoje em dia passamos a rir de nós mesmos quando nos lembramos das brigas bobas, dos desencontros como se fôssemos duas crianças. Como está sendo bom poder falar de valores esquecidos sem ter medo de cobranças. Quando nos encontramos ou falamos ao telefone já não existe em nós aquela angústia que nos constrangia. O que existe é a certeza de que estamos abertos ao novo, às novas e enriquecedoras experiências. Hoje em dia eu a admiro mais que antes. Fico feliz ao vê-la desfilando sua maturidade, escolhendo o que deseja para ser na vida, amando mais livremente sem se preocupar com detalhes menores. Eu me sinto feliz por ter-me livrado dos sentimentos de culpa. Você é responsável pela liberdade de que hoje desfruto. Posso afirmar tranqüilo ter valido a pena tudo que vivemos juntos. Aprendemos muitas lições de vida, amadurecemos a ponto de perceber que certas atitudes são incompatíveis com o amor.


Continuando com esse inesperado sonho, eu pedi para nascer novamente, agora em forma de pássaro. E foi assim que eu renasci debaixo das penas azuladas de um lindo pássaro da Região Amazônica. Que maravilha era desfrutar do infinito das matas, do lindo e imenso céu azul! Eu acordava me sentindo livre, leve e dono do mundo. A minha vida era contagiada por pura alegria, cantando feliz para o mundo que me acolheu um dia. Perdi a conta das vezes em que eu voei sobre quilômetros e quilômetros de florestas virgens, planando sobre cachoeiras até voltar ao meu ninho. Mas um dia vieram os homens e me pegaram no alçapão. Preso, junto com outros pássaros, eles decidiram nos vender em cidades distantes. Não suportei os dias preso e morri. Não demorou muito para eu virar uma ave empalhada, uma forma estranha de prazer dos homens...
Mas aí achei de pedir a Deus para nascer novamente. Dessa vez eu quis vir em forma de vento. Sim, eu queria ser o próprio vento! Não demorou muito para eu estar em atividade de novo, só que mansamente. Mas aí comecei a me lembrar de outras vidas, do mal que me fizeram e num segundo tomei raiva dos homens. Num momento de total insensatez eu pensei em me vingar de todos eles. Afinal, eu era o vento e podia a qualquer momento me transformar num tornado. E comecei a mudar de forma, passando a levar muita dor a cidades inteiras, deixando um rastro de destruição. Os homens estavam desta vez reféns de mim. Eu era forte e podia acabar com a vida deles quando quisesse. Mas de repente uma tristeza imensa invadiu minh'alma. Eu estava me igualando aos homens na pior forma de levar a dor aos outros. E logo me veio o arrependimento e passei a atuar apenas como brisa. Somente assim eu passei a me sentir novamente útil, livre e responsável com a minha missão nesta terra.